Filme começou a ser exibido em salas de determinadas cidades nesta quinta-feira (20)
Por Leon Sanguiné – leon@cidadeinvisivel.art.br
Zé Celso partiu, mas certamente deixou legado eterno. Essa bela história de revolução cultural está contada no documentário Máquina do desejo, que chega nesta quinta-feira (20) aos cinemas. O filme, co-dirigido por Joaquim Castro e Lucas Weglinskir, narra a trajetória da principal criação do artista, o Teatro Oficina, desde a fundação, em 1958, passando pelo incêndio em 1966 e a relevância viva ainda nos dias atuais, sem deixar de lado a resistência nos momentos de opressão no Brasil.
Desde a profissionalização o Teatro Oficina está sediado no bairro do Bexiga, em São Paulo. Centenas de artistas se formaram no espaço, bem como diversas obras da dramaturgia brasileira e mundial foram encenadas. O projeto não parou nem mesmo durante a Ditadura Civil-Militar, quando Zé Celso sofreu exílio. Ainda mais, tornou-se símbolo da contracultura nacional. O prédio ganhou tombamento em 1981, pela relevância artística e histórica.
São, em 2023, 64 anos ininterruptos de atuação do, hoje, Teatro Oficina Uzyna Uzona. Ao contrário: ainda em junho, um novo espetáculo foi apresentado: Antes de ser país éramos árvore, pela que aborda exatamente a linguagem do teatro e a interligação com os povos “das frestas, das florestas, dos quilombos […]”
Processo
Os diretores debruçaram-se sobre a história do Teatro Oficina por sete anos. Filmagens, arquivos de cinematecas, entrevistas e o acervo do próprio Zé Celso serviram de base para o documentário.
Como resultado, o filme faz mergulho nas entranhas dessa história, desde a época amadora, sem maiores patrocínios, e relembrando encenações históricas como Roda viva, de Chico Buarque, e Os Sertões, inspirada no livro de Euclides da Cunha.
No documentário, destaca-se, da mesma forma, a interligação com personagens como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão. Por fim, busca encaixar o Teatro Oficina na busca de uma linguagem artística acima de tudo genuinamente brasileira, através das artes cênicas, a ecologia, a arquitetura e a sexualidade.
A ideia da distribuidora, a Descoloniza Filmes, era fazer o lançamento em outubro. Porém, devido a morte de Zé Celso, em 6 de julho, a exibição foi antecipada, como forma de homenagem ao líder do Teatro Oficina. Consequentemente, para que o lançamento fosse possível, um esforço de todas as partes foi necessária.
Confira as salas em que o filme está em exibição
São Paulo
Espaço Itaú Augusta – 17h30, 19h30, 21h30
Espaço Itaú Frei Caneca – 11h (sessão exclusiva para cadastrados no Clube do Professor)
Cinesesc – 15h30, 18h
Cine Olido – 18h (exceto seg e ter)
Rio de Janeiro
Espaço Itaú Botafogo – 18h30
Espaço NET Botafogo – 14h30, 18h40
Porto Alegre
Cinemateca Paulo Amorim – 18h45
Espaço de Cinema Bourbon Country – 21h
Recife
Cinema da Fundição – quinta 14h40, sex 14h50 e 19h20, sáb 19h30, dom 16h10, ter 19h, qua 15h15
Belo Horizonte
Una Cine Belas Artes – 18h30
Salvador
Cine Glauber Rocha – 16h
Brasília
Espaço Itaú Brasília – 19h
Ribeirão Preto
Casa Belas Artes – 19h