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Peça Altamira 2042 traz testemunhos de quem vive no Rio Xingu

  • Teatro

Montagem teatral, idealizada por Gabriela Carneiro da Cunha, está no Sesc da Avenida Paulista até 17 de abril

Público é convidado a assistir à peça sentado no chão (Foto: Divulgação)

O Sesc São Paulo estreou, no prédio da Avenida Paulista, a peça Altamira 2042, idealizada por Gabriela Carneiro da Cunha. A produção é uma instauração performativa criada a partir do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. As apresentações ocorrem até 17 de abril. Informações sobre horários e ingressos podem ser adquiridas no site do Sesc São Paulo. No dia 29, alem da apresentação, haverá debate junto da jornalista Eliane Brum e de Raimunda Gomes da Silva, beiradeira expulsa pela Norte Energia SA e protagonista da peça.

O projeto conta com depoimentos das pessoas que habitam as margens do Xingu: ribeirinhos afetados pela barragem, povos indígenas, lideranças de movimentos sociais, moradores de Altamira, funcionários do Governo Federal e de instituições socioambientais, a mata, os animais da região, o vento, a chuva, e até o próprio rio Xingu. O texto originário é de Eliane Brum.

O projeto traz o deslocamento e o encontro entre artistas e a comunidade do Xingu. Todos falam através de um mesmo dispositivo techno-xamânico: caixas de som e pen drives. Cada caixa de som porta uma voz, humana e não-humana, escutada nas margens do rio Xingu. Uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas tomam o espaço para abrir a escuta do público para vozes que tantos tentam silenciar. A montagem é  a segunda etapa do projeto de pesquisa Margens – Sobre Rios, Crocodilos e Vaga-lumes, idealizada pela atriz e pesquisadora.

É a partir desses sons, cantos e também imagens que a performer Gabriela Carneiro da Cunha articula, junto com o público, os diferentes momentos do trabalho: a abertura Rio y Rua, seguida por Dona Herondina, Seu Quebra Barragem e Aliendígena. A Barragem de Belo Monte vai deixando de ser simplesmente uma construção para se tornar o mito do inimigo, e Altamira, deixa de ser simplesmente uma cidade para se tornar o Centro Energético de uma Guerra entre Dois Mundos.

Para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo* é necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital) e um documento com foto. Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo as duas doses ou dose única da vacina. Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar comprovante evidenciando uma dose (consulte o calendário e as orientações do município onde acontecerá a atividade).

Ficha técnica

Idealização e concepção: Gabriela Carneiro da Cunha
Direção: Gabriela Carneiro da Cunha e Rio Xingu
Diretor assistente: João Marcelo Iglesias
Assistente de direção: Clara Mor e Jimmy Wong
Orientação de direção: Cibele Forjaz
Orientação da pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira e Sonia Sobral
Texto originário: Eliane Brum
“Tramaturgia”: Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Povos indígenas Araweté e Juruna, Bel Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Rodrigo – Poeta Marginal, Mc Fernando, Thais Santi, Thais Mantovanelli, Marcelo Salazar e Lariza
Montagem de vídeo: João Marcelo Iglesias, Rafael Frazão e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem textual: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias
Desenho sonoro: Felipe Storino e Bruno Carneiro
Figurino: Carla Ferraz
Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha
Realização instalativa: Carla Ferraz, Cabeção e Ciro Schou
Tecnologia/ Programação/ Automação: Bruno Carneiro e Computadores fazem arte.
Criação multimídia: Rafael Frazão e Bruno Carneiro
Trabalho corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino
Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz
Pesquisa: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha
Diretora de produção: Gabriela Gonçalves
Coprodução: Corpo Rastreado e MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo
Realização: Corpo Rastreado e Aruac Filmes

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